sábado, 15 de dezembro de 2007

Capítulo 18 - O primeiro túmulo

Kal não entendia o que significava aquele sorriso no rosto de Kricolas. Ele acabara de queimar as páginas do livro mais poderoso do mundo. Graças a Kal, o Livro de Merlin jamais serviria aos propósitos maléficos do meio-vampiro. No entanto, Kricolas ria deliberadamente, gargalhava uma vitória. Mas seria a vitória um punhado de cinzas e uma planta chamuscada? Certamente, ele ficou doido perdendo o Livro de Merlin no último instante. Pensou Kal.

- Já era, Kricolas! – berrou ele – Seu conto de fadas chegou ao fim! Não é meia-noite, mas a carruagem virou abóbora!

- Não sabia que os Foster tinham tanto senso de humor. – disse ele revelando uma voz rouca e arrepiante, quase que forçada – Mas certas coisas nunca mudam. Novecentos e noventa e oito anos se passaram e os Foster continuam intrometidos. É claro que você sabe o que aconteceu ao último que se meteu no meu caminho.

- Derrotou seu mestre e todo o seu exército! – respondeu Kal desafiadoramente. Estava sendo demasiado corajoso em enfrentá-lo, mas não estava sendo nada esperto.

- Acho que não lhe contaram a parte em que eu o matei. – disse – Não foi difícil, ele não tinha mais poder mágico. Idiota! Destruiu um poderoso Enid pelos humanos que perseguiam seu povo. Logo depois que mestre Donnovan me transportou para outro lugar eu consegui retornar, mas aquele Foster imundo já havia utilizado o maldito Perpétuo. Sobrou apenas o seu corpo medíocre caído no chão.

- E você covardemente o matou. E depois de muitos anos preso resolveu fugir. Por quê? – Kal não sabia ao certo o que deveria fazer, mas achou que enrolar Kricolas até que Cacius chegasse era uma boa idéia.

- Warren não estava incluída nos meus planos de aposentadoria. Além do mais, pequeno Foster, um pouco de ação rejuvenesce o meu espírito.

- E sair matando pessoas inocentes é ação? – perguntou Kal rispidamente – Eu chamo de covardia!

- Por favor, não me ofenda! Eu mato para ter poder! Sacrifício humano. Muito útil.

- O quê? – perguntou atônito.

- A vida humana vale muito para mim, pequeno Foster. É uma grande fonte de poder. Com minhas primeiras sete vítimas realizei um belíssimo ritual de invocação para o Enid do meu mestre, que estava vagando perdido, mas Cacius e algumas dúzias de bruxos intrometidos impediram que ele pudesse se apossar de um recém-nascido. Isso não foi nada legal da parte dele. Não, não foi. Quando percebi o que haviam feito... ah, pequeno Foster, fiquei furioso. Jurei matar todos eles! Mas então, eu soube do que ficou conhecido como o milagre Foster. Meu milagre. Senti a energia do mestre Donnovan viva em você. Da mesma forma que estou sentindo agora!

- Eu não sou Donnovan! – berrou Kal.

- Não. É claro que não é. Mestre Donnovan é parte de você. Posso sentir a fúria e o ódio! Venha comigo pequeno Foster. Vou ajudar-lhe a despertar todo o poder do mestre. – disse Kricolas erguendo uma das mãos.

- Não se aproxime! – advertiu Kal – Não estou sozinho!

- Eu sei que não. – Kricolas sorriu maliciosamente e fazendo um simples gesto com as mãos fez com que Guine, Ralph, Daimon e Thalis fossem arremessados até o lugar em que Kal estava de pé.

- Deixe-os fora disso! – gritou.

- Mas foi você quem os envolveu... – falou debochadamente – Olhem, é o jovem Thalis.

Thalis o encarou com fúria nos olhos. Kricolas havia assassinado seus pais aparentemente sem motivo. Eles eram humanos, totalmente sem poderes, nunca haviam interferido nos seus planos. Ele não tinha motivos para atacá-los.

- Por que fez aquilo? – perguntou Thalis raivosamente – O que eles tinham a ver?

- Ora! O que dizer? Eu precisava de mais vítimas para outro ritual. Então pensei em visitar uma velha amiga.

- Ve-ve-lha a-a-mi-ga? – balbuciou Thalis permitindo-se que lágrimas cortassem o seu rosto.

- Você tem sorte por eu estar de muito bom humor hoje, garoto. Escute. Sua mãe era bruxa! Filha de dois grandes Guardiões de Warren. Na minha fuga, há alguns anos, eles se meteram no meu caminho e pagaram com a vida por isso. Com a morte dos pais, sua mãe quebrou a própria varinha e desvinculou-se do mundo mágico para viver uma vida humana medíocre.

- Cale a boca! Cale a boca! Não fale dela! – berrou Thalis.

- Foi divertido vê-los morrer. Principalmente seu pai, que morreu sem ao menos entender o que estava acontecendo. É uma pena que você tenha conseguido escapar tão facilmente. Teve muita sorte, sabia? Poucos bruxos menores de idade esfumaçam tão bem.

- Eu disse para se calar! Escaparta!

Nem mesmo se Thalis concentrasse toda sua fúria no feitiço ele produziria qualquer efeito em Kricolas. O meio-vampiro permaneceu inalterado, mas Thalis havia se deixado cair pelas emoções e desatou a chorar.

- Não se preocupe, meu jovem. Posso te mandar para seus pais agora mesmo. – falou.

- Nunca! Não haverá mais mortes! – grunhiu Kal – Ninguém vai morrer à toa!

- Ninguém morre de graça, pequeno Foster. A morte dos pais do seu amigo foi necessária para que eu pudesse encontrar isto! – Kricolas ergueu uma folha de pergaminho encardido. – Sabe o que é?

- Uma página do Livro de Merlin. – arriscou Daimon.

- Exatamente! – falou Kricolas encarando o garoto – E na minha opinião a melhor. Há uma lenda britânica que diz que Merlin e Foster criaram um feitiço destrutivo. O feitiço da morte, que diferente do Sedructos ele mata, mas não amaldiçoa. Merlin achou que seria perigoso e resolveu tirá-lo do livro queimando-o logo em seguida. Precisei de muita pesquisa e duas mortes para recuperá-la. Mas valeu a pena.

- Será a sua única página Kricolas!

- Não tenha tanta certeza disso, pequeno Foster.

Kricolas retomara seu sorriso malicioso e penetrante. Ele os encarava com leve desprezo. Não se importava em ter cinco garotos do primeiro ano na sua cola, afinal, o que poderiam fazer sozinhos?

O meio-vampiro agachou-se e enfiou uma de suas mãos no amontoado de cinzas que havia se tornado a pequena macieira que Kricolas plantara e que Kal, deliberadamente, ateara fogo. A cena estava seguindo-se quase como em câmera lenta. Kricolas puxava o seu braço de volta, quando o ergueu com mais firmeza revelando um objeto retangular.

- O Livro de Merlin! – falou com entonação.

O livro de capa vermelha com detalhes dourados passaria despercebido dentro de uma biblioteca. Nada nele chamava a atenção, nenhum efeito brilhante ou de alguma forma, magicamente encantado.

- Finalmente meu! – continuou Kricolas em frenesi.

Ele abriu o livro à procura da parte em que a página fora arrancada. Quando localizou, ele ergueu o pergaminho que encontrou na Cidade dos Elfos e o devolveu ao lugar original. Num raio de luz ofuscante o livro se restaurou.

- Completo. E é meu...

- Mas como? – perguntou-se Kal – Eu o queimei...

- Você apenas me ajudou, pequeno Foster. Deixe-me esclarecer. Existem quatro elementos fundamentais na magia, e Merlin os conhecia muito bem. Outro ponto importante é a maçã, a transmissora do conhecimento. Esta macieira – disse apontando para a árvore mais antiga do pomar – foi plantada pelo próprio Merlin, e o grande segredo do bruxo estava escondido dentro das sementes do fruto dela. O ar as carregou. Caíram na terra. Foram irrigadas pela água. Geraram a vida e você, Kal Foster, usou o fogo, o elemento que faltava para que o Livro de Merlin pudesse ser meu!

- E o que vai fazer agora? Dominar o mundo... – perguntou Guine pomposamente.

- O mundo é grande demais, garota! Não vou dominá-lo, mas meu mestre irá.

Kricolas repetiu o gesto de mão que usou contra Guine, Ralph, Daimon e Thalis, fazendo Kal aproximar-se tanto dele que era possível sentir a respiração do vampiro.

- Vamos embora, pequeno Foster. Vou lhe ensinar o que precisa saber para dominar a raça humana.

- Nunca!

- Largue ele! – berrou Ralph correndo até os dois.

Kricolas o fez voar cinco metros até bater em uma árvore.

- Farfalha! – berrou Kal com a varinha apontada para o rosto de Kricolas.

O meio-vampiro recebeu os golpes e caiu pesadamente no chão gritando de tanta dor.

- Corra, Kal! – gritou Guinevere e Kal atendeu-a prontamente, mas Kricolas também foi rápido e o agarrou pela perna direita derrubando-o.

- Escaparta! – o feixe de luz azul liberado por Kal atingiu o queixo ensangüentado de Kricolas, mesmo assim ele não cedeu e continuou prendendo a perna do garoto.

- Você vem comigo! – berrou enfurecido.

- Amstãnder! – o raio amarelado atingiu Kricolas com tamanha violência que ele subitamente largou Kal e o Livro de Merlin foi arremessado contra a macieira logo atrás– Não toque no meu filho!

- Pai... – disse Kal entre dentes.

Adonis correu até ele e ergueu-o, apanhando o livro logo em seguida.

- Você está bem? – perguntou ao filho.

- Sim, mas devemos correr.

- Não tão cedo! – Kricolas estava novamente de pé, suas feridas auto-cicatrizando, ele ergueu a mão direita articulando os dedos e conjurou uma varinha de cor avermelhada. Em seguida disse:

- Todos queriam saber o que o renomado Sr. Nicolas Weny havia descoberto com a Página perdida! Pois sim, nela realmente estava o feitiço mortífero criado por Merlin e seu discípulo! Aqueles malditos escreveram o livro em várias línguas e repleto de códigos! Não têm idéia do que passei para traduzir isto. Morgora Nãltis!

Um ruído longo e tenebroso atravessou o pomar varrendo-o de trevas. Um único ponto de luz amarela cresceu na direção de Kal e Adonis. Este jogou o filho no chão e recebeu todo o impacto. Sem mais barulhos, Adonis bateu no chão com estrépito.

Kal congelou aquela cena em seu pensamento. Não podia ser verdade. Adonis Foster caíra derrotado, talvez muito mais do que isto. Talvez Kal nunca mais veria seu pai levantar-se. Ele esperou. Esperou que Adonis eliminasse qualquer pensamento negativo da mente de Kal fazendo um simples aceno indicando que estava bem e pronto para cair outra vez e levantar-se novamente se fosse preciso para deter Kricolas.

Kal ainda esperava.

Os segundos se estenderam como horas e Kricolas gargalhava vitorioso. Levante! Levante! Repetia Kal em pensamento como se quisesse conversar por telepatia com o pai que permanecia estirado no chão.

Por favor, ajude-nos! Não pode nos deixar agora! Insistia em pensar.

- Pai! – gritou Kal percebendo que nada que pensasse faria seu pai erguer-se.

Seu coração batia acelerado à medida que se aproximava de Adonis que estava com o corpo inerte e pálido, os olhos carregavam um estranho cinza que olhava para o nada. Todo o ar a sua volta cheirava a morte.

- Maldito! – praguejou Kal uivando como um lobo – Papai... acorde... por favor... acorde... Não me deixe, não... acorde por favor... acorde...

Kal sacudia o corpo do pai inutilmente. Ele evitava pensar que Adonis Foster se fora para sempre.

- Quanto clamor, pequeno Foster.

- O que você fez, seu maldito? – gritou Daimon a plenos pulmões – Acorde ele!

- Lamento filho, mas ainda não sei trazer pessoas à vida. Ainda... – terminou Kricolas.

- Seu desgraçado! Eu vou te matar! – Kal ergueu-se e caminhou a passos largos até Kricolas com uma mescla de fúria e ódio nos olhos.

- Sua arrogância começa a me incomodar, pequeno Foster! Há vários modos de trazer meu mestre de volta ao poder. Saiba que você é completamente descartável! Vou enviá-lo até o seu querido papai.

- Kal, não! – gritou Guinevere do outro lado prevendo o que estava para acontecer.

- Morgora Nãltis!

O lampejo amarelo floresceu entre as árvores e disparou em direção a Kal, acertando-o no lado esquerdo do peito desequilibrando-o. Do mesmo modo que acontecera com Adonis, Kal bateu no solo semelhando o barulho de um tambor.

- Kal! – Thalis correu o máximo que pode até chegar ao amigo.

- Menos um Foster... – disse Kricolas secamente – Agora o último deles.

Kricolas ergueu Daimon no ar de modo que não pudesse escapar da mira. Mais duas palavras e a família que se intrometera no caminho de Donnovan estaria extinta. Salvo Cristina Foster Lê Fay.

- Morgora...

No instante final do feitiço, Kricolas foi golpeado no rosto por algo que parecia um chicote. Seja lá o que tivesse acontecido fê-lo largar Daimon e abaixar a varinha.

- Mas... – espantou-se o meio-vampiro ao ver Kal imponentemente de pé depois de ter recebido o mesmo feitiço que matou Adonis de forma instantânea – Como?

- Você acertou isto. – disse Kal abrindo a mão esquerda e revelando uma pedra negra em formato oval – Eu ganhei esta ametista de Cacius e o seu feitiço foi absorvido por ela.

- Quanta petulância. Você tem muita sorte, pequeno Foster. Pedras mágicas, como a sua ametista, sugam energia negativa do meio. Excelente escudo. – resmungou.

- Horbário Obedientis! – invocou Kal o feitiço que aprendera em Relações com a Natureza - Herviana, quebre a varinha! – dizendo isso uma estranha raiz rasgou a terra aos pés de Kricolas e roubou-lhe a varinha que ele segurava e partiu-a ao meio.

- O que é... – Kricolas estava demasiado confuso agora. Kal Foster havia sobrevivido ao feitiço mais mortal existente e controlava uma planta que quebrara sua varinha.

- Dê os cumprimentos à minha Herviana gornóide, Sr. Weny. – falou Kal num tom de voz alterado – Vai pagar pelo que fez ao meu pai!

- Hoje não! – Kricolas recolheu o Livro de Merlin e de suas costas surgiu um par de asas parecidas com as de um morcego, mas as dele tinham alguns cortes e ferimentos expostos.

Num único bater de asas, Kricolas decolou dez metros até que Kal desse outra ordem a sua planta.

- Agarre-o! – mostrando total agilidade e força, a Herviana segurou Kricolas pelo pé direito impedindo-o de continuar seu vôo.

- Prof. Cacius! – exclamou Guinevere aliviada ao vê-lo surgir entre as árvores do pomar.

- Já que não foi ao meu escritório fazer uma visita formal, resolvi procurá-lo. É uma pena que seja em tais circunstâncias... – Cacius olhou para o corpo de Adonis estendido ao chão e sua expressão fechou-se em amargura – Por que não desce até aqui?

Cacius ergueu a própria varinha e apontou para Kricolas e como se o controlasse fez com que aterrissasse.

- Há quanto tempo, Kricolas...

- Meu único visitante em Warren...

- Senti a sua falta. Mas vejo que continua cometendo os mesmos erros. Matar Adonis Foster foi o mesmo que assinar sua sentença de morte.

- Já estou morto, Cacius. Por acaso esqueceu que sou um vampiro?

- Meio-vampiro. Ainda tenho esperanças de que aí dentro bate um coração humano.

- Nunca! – berrou.

- Professor! Ele está com o Livro de Merlin! – gritou Thalis de onde estava.

- Foi um belo disfarce este de Nicolas Weny. Enganou quase todo mundo.

- Menos a você. – disse o meio-vampiro.

- Precisa muito mais do que maquiagem para enganar esta velha cabeça. – falou Cacius batendo no cocoruto.

- Mas esta velha cabeça não conseguiu encontrar o Livro de Merlin, não é? – riu Kricolas debochadamente.

- Não teria tanta certeza se fosse você. – de onde estava Cacius fez com que o livro se abrisse na última página – Está vendo? São todos os donos do livro. Os que um dia viveram com o Enid de Merlin.

De longe, Kal pode observar a página que Kricolas estava encarando. Nela havia vários nomes escritos em uma lista na qual o nome de Cacius posicionava-se em último.

- Eu e muitos outros protegemos este livro de pessoas como você.

- Mas você é o único que está vivo.

- Sim, por certo. Tenho que admitir também Kricolas que você foi extremamente hábil para encontrar o livro e recuperar a Página perdida.

- Uma das poucas coisas que não foi capaz de fazer, não estou certo? – perguntou Kricolas e Cacius assentiu – Qualquer coisa que envolva sacrifícios te impossibilita de agir, não é?

- Que tal colocarmos isso a prova? – uma voz bem familiar chegou aos ouvidos de Kal. Virando-se ele reconheceu Elvira.

Ela dobrara seus dedos sob a garganta de Guinevere e mantinha-a fortemente presa. A menina tinha a vida nas mãos da mulher.

- Solte o mestre Kricolas que eu solto a garota! – vociferou.

- Isso explica muita coisa... – falou Cacius pensativo.

- Deixe-o fugir com o livro e ninguém mais sai ferido! – disse Elvira apertando mais firme a garganta de Guinevere – E então Cacius? Vai ser o livro ou a garota? Nem tente fazer algo contra mim! Ela não é a única que está como refém!

- Eu sei perfeitamente que você também fez a Srª Foster de refém. – disse Cacius lendo os pensamentos da bruxa.

- Mamãe! – exclamou Kal desesperado – O que você fez com ela?

- Ainda não fiz nada, mas se Cacius não libertar o meu mestre, só restarão você e seu irmãozinho vivos.

- Professor... – disse Kal suplicante.

- Nunca sacrificaria alguém, por qualquer motivo que seja.

- Solte-a! – gritaram Ralph e Thalis.

- Kricolas, – disse Cacius – assim que te libertar, você estará no controle. Você já matou Adonis e tem o livro. Não precisa fazer mal a mais ninguém. Há duas opções: ficar, duelar comigo e correr o risco de voltar a Warren, ou fugir e seguir seu plano. Aliás, você tem uma terceira opção.

Todos ficaram atônitos como o que Cacius estava dizendo. Uma das principais características do diretor de Avalon era manter a tranqüilidade nos momentos mais críticos, como no dia em que Jonathan aparentemente tentou se jogar da Torre do Sino. Mas desta vez, Cacius estava muito além do seu estado normal de serenidade. Ele oferecera a Kricolas uma oportunidade de fuga e estava prestes a dar-lhe outra alternativa. O meio-vampiro parecia ligeiramente interessado e penetrou nos olhos de Cacius procurando a resposta.

- Você pode largar tudo isso e viver tranqüilamente em meu castelo. – terminou Cacius, o que fez Kricolas gargalhar abertamente.

- E ensinar magia aos seus alunos também está nos planos? Qual é o seu problema Cacius? Isso nunca foi uma opção. Parece-me pior até mesmo do que Warren. – disse Kricolas mudando de alegria a impaciência – Solte-me e tudo acaba bem.

- Depende de qual lado você está. – comentou Cacius.

- Não vou deixar este assassino fugir assim! – berrou Kal.

- Não pode fazer nada, pequeno Foster! Eu venci!

- Depressa velho! Solte-o! – berrou Elvira ainda apertando o pescoço de Guinevere.

Cacius assentiu com a cabeça e recuou alguns passos.

- Está livre Kricolas.

Nem bem Cacius terminou de falar e o meio-vampiro soltou um alto rugido e esfumaçou carregando o Livro de Merlin e a certeza de que havia vencido a primeira batalha. Elvira empurrou Guinevere e esfumaçou logo atrás.

- Você está bem? – perguntou Ralph a Guinevere.

Tossindo fortemente e puxando mais ar do que talvez seus pulmões pudessem suportar, ela confirmou estar bem.

Kal e Daimon estavam abraçados e chorando muito ao lado do corpo de Adonis. Nenhum dos dois olhava diretamente para o pai caído ao chão para que suas mentes não aceitassem o que havia acontecido.

- Por quê... – balbuciava Kal deprimido.

- Precisamos levá-lo, Kal. – disse Cacius se aproximando.

- Ele não podia fugir... – gritou Kal com Cacius.

- Nem Amanda e Guinevere podiam morrer. – respondeu serenamente, compreendendo a confusão de idéias que pela qual estava passando o garoto a sua frente.

Guinevere também chorava ao lado de Ralph a quem estava abraçada. Thalis se aproximou de Kal e o ergueu pelos ombros.

- Vamos. – disse ele.

Cacius fez com que o corpo de Adonis levitasse em posição horizontal e caminhou lentamente. Os cinco garotos seguiram o professor pela estrada que levava até Cidade dos Elfos. Kal, Guine e Daimon aos soluços, estavam sendo praticamente arrastados por Ralph e Thalis. Ao longe, Amanda esperava-os aflita. Estava com as mãos tapando a boca para tentar conter o choro. De onde estava, Amanda não via o corpo de seu marido que levitava logo atrás de Cacius. Ela desatou a correr na direção dos filhos assim que os avistou.

- Graças a Deus! Adonis foi até vocês assim que... Ah! – gritou Amanda desesperada recuando alguns passos – Adonis! – gritou novamente aproximando-se do marido que agora estava novamente no chão.

- Lamento, Srª. Foster. – disse Cacius em uma voz pesada e pondo a mão no ombro da mulher que desatou a chorar – Não pude fazer nada.

- Não! Adonis... – disse soluçando entre lágrimas – Por quê? Por quê? Adonis, por favor...

Kal, Daimon e Guinevere abraçaram Amanda em consolo, mas não sabiam como fazê-lo, pois também não continham as lágrimas. A única coisa que podiam fazer era ficar ali ao lado do corpo de Adonis tentando entender aquela situação. Assimilando que nunca mais veriam um sorriso de seu marido e pai. Compreendendo que agora estavam sozinhos, não havia mais aquela figura otimista e carinhosa de sempre, que sabia dizer as palavras exatas em todos os momentos. Imaginando que se Adonis estivesse vivo ele saberia o que fazer em momentos como aquele. Porque ele era assim. Muito mais do que um esposo, muito mais do que um pai. Adonis Foster era um pilar para os quatro, sem ele, não saberiam por onde recomeçar.

Em pouco tempo a cidade amontoou-se no local, professores, alunos e os habitantes prestaram apoio à família Foster. Até mesmo a natureza pareceu sofrer com a perda, pois o céu da Cidade dos Elfos cobriu-se em luto com nuvens negras de chuva, que logo molharam a multidão misturando-se às lágrimas de bruxos, elfos, fadas e todo o resto de criaturas mágicas que se podia imaginar.

Cacius aproximou-se de Kal e colocando a mão no ombro do garoto disse:

- Você merece saber tudo. Provou isso hoje.

Kal esfregou um dos braços nos olhos para que pudesse enxergar o professor com mais nitidez e percebeu que ele abandonara seu ar de serenidade. Mas ele não pôde distinguir se aquela gota em seu rosto era uma lágrima ou simplesmente chuva.

Ele o seguiu por entre as pessoas imaginando o que Cacius considerava digno de Kal saber. Suspeitou que deveria ser algo sobre o seu Enid. Mesmo tendo ouvido do próprio Kricolas que Donnovan vivia em seu corpo, Kal não podia acreditar que não fora apenas uma grande coincidência. A cidade parecia estar morta, a chuva fazia um barulho típico sobre os telhados e sobre as copas das árvores na floresta. Não havia pássaros cantando, nem mesmo um vento soprando de dentro da floresta. Era como se todo ser vivo ao redor estivesse prestando uma última homenagem a Adonis Foster.

Cacius guiou Kal até os portões do castelo da Rainha dos Elfos e juntos atravessaram o jardim enfeitado com estátuas de gnomos, curiosamente todos estavam segurando os chapéus cônicos e de rosto erguido para o céu com uma expressão tristonha.

Os dois atravessaram o salão de entrada e seguiram pelos corredores e escadas até a sala circular em que Thalis revelara seu Enid. Cacius encarou Kal nos olhos e franzindo o cenho disse as primeiras frases:

- Isto foi apenas o começo, Kalevi. Kricolas tem o Livro de Merlin e você supostamente sabe o que ele está prestes a fazer.

- Ressuscitar Donnovan. – respondeu secamente.

- Sim, mas dizer ressuscitar, faz parecer que qualquer um pode voltar da morte.

- Meu pai, por exemplo. – disse com peso na voz.

- Diremos que Kricolas quer dar um corpo a Donnovan. – falou Cacius disfarçando o ressentimento de Kal – Ele já tentou fazer isto há sete anos. Quando trouxe ao nosso mundo o Enid de seu mestre.

- Mas vocês o impediram que possuísse um recém-renascido.

- Não contávamos que o Enid de Donnovan se apossasse do seu corpo.

- Ele não conseguiu se apossar de mim! – retorquiu Kal.

Cacius lançou-lhe, imediatamente, um olhar contraditório e prosseguiu.

- Restou a Kricolas roubar o Livro de Merlin para conseguir o Enid de volta.

- Por que ele simplesmente não me matou?

- E por acaso ele tentou fazer algo de diferente hoje? – indagou Cacius.

Kal apalpou o lado esquerdo do peito e sentiu a ametista contra sua pele. Sem o presente de Cacius, certamente, Kal estaria morto.

- Acredito que Kricolas fará o possível para manter você vivo, Kal. Ele não sabe ao certo o que pode acontecer ao Enid se você morrer. Talvez seu Enid se perca e... Bem, é difícil prever qualquer coisa. – finalizou.

- Ele disse que sou descartável... – respondeu Kal.

- No calor da batalha as pessoas dizem muitas coisas. Mesmo meio-vampiros milenares.

- E o que acontece se Donnovan voltar?

Após um longo silêncio Cacius disse:

- Ainda não tive coragem de pensar nisso. Mas afirmo que será desastroso.

- Como Kricolas encontrou o livro?

- Há uns três anos, um bruxo chamado Nicolas Weny se popularizou com uma grande descoberta na Inglaterra. A partir daquele momento ele ganharia fama e influência com novas descobertas. Kricolas se disfarçou muito bem criando este personagem. O feitiço Glamory pode ser realizado em qualquer lugar, basta um espelho e algumas poucas velas. Era assim que Kricolas transformava-se em Nicolas Weny e usando de sua recém adquirida influência, aproximou-se de estudiosos do assunto e foi montando o quebra-cabeça. Kricolas também teve acesso à minha sala este ano e roubou alguns de meus livros.

- O que o senhor quer dizer com isso? – perguntou Kal deixando de soluçar.

- Na manhã em que Jonathan ameaçou se jogar da torre. – respondeu – Ele estava sob efeito de algum encanto.

- Kricolas fez aquilo com ele?

- Indiretamente sim. Como você bem sabe, Tâmisa foi uma Representante de Avalon este ano. Ela abriu os portões da escola naquela manhã e permitiu que Kricolas entrasse. Enquanto uma terceira pessoa conduzia Jonathan até o alto da torre.

- Elvira.

- Não. Uma Outra pessoa. Eu estive com Elvira aquela manhã no Hospital Nautilus.

- Tem idéia de quem possa ser este terceiro aliado? Lembro-me que era uma voz feminina que induziu Jonathan a se jogar.

- É uma pista. – comentou Cacius.

- E a Página perdida? Por que o senhor não a pegou antes de Kricolas? Foi nela que ele conheceu o feitiço que ma...

- Eu sabia da existência desta página. – cortou Cacius antes mesmo que Kal pudesse terminar a frase - Mas não poderia recuperá-la sem que houvesse um sacrifício...

- Acho que entendo. De qualquer forma. Houve um sacrifício... – disse ele querendo chorar.

- Alguns professores procuraram pela Página perdida, por isso o professor Amadeus manteve-se tão ocupado. Ele passou o ano arrumando outra maneira de recuperá-la. O professor Tirso também contribuiu com a busca. Ele comentou como você duelou bem contra Rick Wosky. Infelizmente, ele teve que passar alguns dias se recuperando da maldição Dunkel que recebeu enquanto estava na forma de macaco. Mesmo com tanta ajuda, eu não poderia ter a Página perdida. Quanto ao Livro de Merlin, Kricolas contava com a poderosa ajuda de Elvira, o que para mim era algo inesperado.

- Poderosa ajuda? – espantou-se Kal lembrando-se da medíocre figura esquelética da mulher.

- Elvira tinha acesso ilimitado à biblioteca de Thomas, que certamente faz a de Alexandria parecer obsoleta. Com tanta informação e habilidade prática, os dois formaram uma dupla muito poderosa.

- E Thomas? – perguntou Kal confuso.

- Foi envenenado durante todo o ano. Induzido ao coma, ele permaneceria inativo. Assim, Kricolas e Elvira podiam agir deliberadamente.

- Thomas foi envenenado? – perguntou Kal incrédulo.

- A poção Mekeivan, um verdadeiro veneno para um vampiro. No começo do ano, pedi que Cristina Foster fosse até o Hospital Nautilus tentar reanima-lo, mas como não sabíamos o que o estava deixando inconsciente, nenhum dos esforços da professora valeram a pena.

- E onde Elvira conseguiu tanta poção?

- Em Avalon! – Kal arregalou os olhos já inchados de tanto chorar e Cacius prosseguiu – Tâmisa, a filha de Elvira, surrupiou nosso estoque de poção e ingredientes para que sua mãe continuasse dopando Thomas.

- E por que Elvira e Tâmisa apoiaram Kricolas? – perguntou Kal sentindo que seus neurônios estavam recebendo informações demais para aquele momento.

- Quando uma nova força surge, as pessoas procuram se aliar a um dos lados em busca de proteção. Elvira e Tâmisa já fizeram sua escolha. – explicou Cacius – Temo que outras pessoas vão passar para o mesmo lado quando souberem que Kricolas tem o Livro de Merlin.

Kal parou por um breve instante digerindo aquelas informações. O plano de Kricolas havia sido meticulosamente desenhado e provara-se infalível. Talvez até mais do que isso. Superara as expectativas, afinal ele não só havia conseguido pegar o Livro de Merlin por completo, mas como também eliminado um Foster, o que certamente iria chocar ainda mais a comunidade mágica.

- Professor, quanto tempo o senhor acha que Kricolas vai demorar para trazer Donnovan de volta, agora que tem o livro?

- É um tempo difícil de se calcular, Kal, não sei até onde Kricolas sabe sobre ele. Pode demorar um século, ou apenas um dia. Merlin e Foster escreveram o livro utilizando de várias línguas, algumas que já não se tem mais registro, adicionaram códigos e alguns métodos subliminares. Tudo dependerá da habilidade de Kricolas agora.

- Vamos torcer para que ele demore então. – disse de cabeça baixa.

- Bem, acho que chega por hoje. Você se mostrou muito corajoso, Kal. Você quis mudar algo em sua vida e acho que conseguiu. Acredito que a partir de hoje as pessoas não vão mais vê-lo simplesmente como um Foster, ou o Milagre Foster, a partir de hoje você é Kal, Kal Foster.

- Obrigado, professor. – o garoto desenhou um leve sorriso em seu rosto, os olhos ainda inchados, mas também carregados de uma esperança estranha que dominava todo o seu corpo tranqüilizando-o.

Ainda na Cidade dos Elfos, várias carruagens subiram ao céu, velozmente, arrastando um clima de depressão e melancolia. A Guarda Armada de Warren liderou as carruagens rumo ao cemitério dos bruxos que ficava em algum ponto não muito escondido no mundo humano, no litoral do nordeste brasileiro. Quando as primeiras cidades mágicas foram fundadas no país, nenhuma delas entusiasmou-se com o fato de ter um cemitério em seu tão pequeno território. O Governo Mágico determinou então que fosse erguido o Cemitério Nacional para Bruxos.

O cemitério não possui poderosos encantamentos de proteção contra os humanos, pois em si o lugar já é um repelente natural. A vasta área murada tem bem ao centro um farol onde mora o guardião do cemitério, que provoca aflição e medo aos curiosos com sua desfigurada aparência. O homem de uns sessenta anos era recoberto por cicatrizes e manco da perna direita, cheirava a peixe podre, tinha alguns fios de cabelo jogados sobre o rosto e mantinha a barba mal feita.

A parte interna do cemitério era bem modesta, a exceção de alguns esplendorosos túmulos de marfim. Havia uma pequena estrada de pedras brancas que interligava os portões de entrada ao farol, no centro do cemitério. Desta primeira estrada principal, partiam várias outras interligando os túmulos de pedra. Alguns traziam apenas um simples vaso de flores, outros eram bem ornamentados com coroas de flores em cores variadas e velas flutuantes acesas com a chama eterna. Algumas árvores estavam espalhadas pelo cemitério, àquela hora da tarde permitia que o cemitério fosse iluminado fracamente pelo alaranjado sol poente, dando ao cemitério um aspecto pacífico.

O mausoléu da Família Foster era o primeiro do lado esquerdo do farol. No cemitério cada túmulo correspondia a uma família de bruxos. Gerações e gerações estavam ali presentes, prontas para receber mais um de seus descendentes que tristemente se despediu do mundo vivo. Adonis Foster tinha agora seu epitáfio.

Enquanto o caixão de seu pai era carregado, Kal manteve-se o mais distante possível. Não entrou no mausoléu junto com os outros tantos presentes, amigos, alguns poucos parentes de sua mãe, representantes do governo acompanhando Mardo, habitantes da Cidade dos Elfos, como a Rainha Eva e alguns guardas de Warren, incluindo o senhor e senhora Scheiffer.

No momento em que o orador retirou do paletó preto um pedaço de pergaminho para iniciar a despedida, Kal deu uma última olhada em sua mãe que estava abraçada à sua irmã Lilith e recuou para o mais longe que pudesse alcançar.

Kal não queria ver o túmulo do pai tão cedo. Sabia que assim que o visse tudo se tornaria real, e ele não queria encarar aquela realidade.

O pequeno Foster, como foi chamado por Kricolas, caminhou por entre os túmulos e procurou seguir caminho olhando fixamente para o chão afim de não guardar qualquer imagem do cemitério. Kal estava vestido com um paletó preto sem gravata, os sapatos estavam tão lustrosos que refletiam as lápides por todos os lados. Resolveu seguir de olhos fechados, mas a todo o momento em sua cabeça surgiam imagens de seu pai caindo no chão do pomar e ele ouvia mais atentamente as gargalhadas do assassino de seu pai.

Percebendo que nada do que fizesse, sair do mausoléu, abaixar a cabeça ou fechar os olhos faria esquecer que seu pai estava morto, Kal correu o máximo que pode para alcançar os portões brancos que davam acesso à praia. No momento em que ele saiu e sentiu a brisa fria do mar tocar seu rosto, permitiu-se soltar uma última lágrima naquele dia. Pois guardaria todas as outras para os momentos de felicidade que passaria com sua família.

Daimon e Guinevere também resolveram largar a cerimônia de lado e seguiram os passos de Kal até a praia, onde estava sentado e olhando fixamente para o mar.

Um minuto mais tarde, Thalis e Ralph também se sentaram na areia para fazer companhia aos amigos. Nenhum deles disse uma palavra, nem mesmo quando o farol se acendeu sinalizando que a cerimônia havia finalizado. A luz do farol, acredita-se, ilumina o espírito do bruxo a um lugar belo onde pudesse descansar eternamente.

Um profundo, e também estranho, sentimento de felicidade invadiu o corpo de Kal por completo. Era como uma forte onda de esperança. Esperança de que talvez um dia uma luz pudesse ser acesa para celebrar a vida.

7 comentários:

Anônimo disse...

Maravilhoso! Um fim incrível, emocionante e muito promissor.

Aguardando a continuação ansiosamente, e com muita raiva do Tio Krik.

Kal! Seja forte e não fique Mal! (Esse trocadilho que é mal...)

EXCELENTE HISTÓRIA, INCRÍVEIS PERSONAGENS E BELÍSSIMAS CENAS. MUITO MISTÉRIO, AÇÃO, AVENTURA E MAGIA. UM BELO LIVRO, UMA BELA HISTÓRIA E UMA GRANDE VOCAÇÃO.
PARABÉNS PELA HISTÓRIA, MUITO SUCESSO E ESTAREMOS ESPERANDO A CONTINUAÇÃO. ATÉ LÁ!

Anônimo disse...

Oi andré...
sua historia fica a cada capitúlo melhor e os 3 últimos foram os que revelaram todo seu potencial criativo e que se distanciaram da sombra da historia de herry potter.
A trama é envolvemte, a narração faz com que eu sinta o que a personagem sente e a descrição do tempo e local é impecável.
Espero a continuação
beijos!

Anônimo disse...

Fala André...
Cara... q q foi isso...???

rsrs.. simplismete incrivel... a maneira como vc criou esse mundo novo... a maneira como vc desenrolou a história e todo seu mistério...
tô curioso pra saber aonde vai dar isso tudo... pq apesar de um Fim sem fim, vc naum deu nenhuma dica do q poderá acontecer no "começo de um novo ano em Avalon"...

Cara... vc ta de parabéns... passada a primeira impressão de "nossa, ta imitando HP"... vc criou seu mundo!
um mundo novo, encantador, e q prende a gente a cada instante...

grande abraço...

Ah se tiver como... me avisa quando o novo livro começar a sair... ; )

nicollasveiga@hotmail.com

Anônimo disse...

ei, eu agora quero saber o que aconteceu depois do cap. l8.
voce é fera

Anônimo disse...

Não é puxa-saquismo mas eununca pensei que vc fosse imitar HP. Tirando a parte de Kal ser rejeitado por toda a Vila da Cachoeira, a vida dele era totalmente diferente da de Harry. Era muito mais feliz. Agora que ele começou a sofrer o mesmo que Harry se bem q acho q ele esta sofrendo mais - afinal, diferente de Harry, ele perdeu o pai que conheceu.
Uma dica: Dá mais destaque para o Thalis e deixa em destaque de vez quem vai ficar com quem aí. E sobre a Herviana - nunca vou esquecer desse nome, demais - ... MTO LOCO. Que demais hein? e o jeito como você organizou a história ficou simplesmente demais tbm. Eu já sabia q Nicolas era Kricolas e quando soube q Tâmisa era filha da Elvira eu me toquei que elas tavam topando o pobre Thom. Mas ninguém ia imaginar que afinal de contas a maçã escondia o segredo para encontrar o Livro. a macieira dava pra perceber q estava relacionada. Mas a parte mais minuscula dela, logo as sementes... nossa. Genial!

André Fantin disse...

Obrigado pelos comentários :)
Levarei em consideração cada opinião. Valeu por chegarem até aqui, se o fizeram é porque estou no caminho certo e isso com certeza me dá forças.
Abraços

eachannjaasun disse...

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